“O BRINQUEDO É O ALIMENTO DA DIVERSÃO, DO ENTRETENIMENTO, DA FANTASIA, DO BEM-ESTAR E DA ALEGRIA DA CRIANÇA BRASILEIRA”, DIZ SYNÉSIO BATISTA

O mandatário da ABRINQ está arquitetando uma campanha de valorização do brinquedo para o Dia das Crianças e fala nesta entrevista exclusiva, entre outras questões sobre a expectativa para a 40ª feira Abrin.



©Estadão Conteúdo

Synésio Batista da Costa é presidente da ABRINQ — Associação dos Fabricantes de Brinquedos.

Em sua mensagem, transmitida via WhatApp para fabricantes e demais expositores, há poucos dias antes da feira Abrin, Synésio Batista da Costa, presidente da ABRINQ — Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos, promotora do evento, deu tom otimista, conclamando a todos a 'encantarem'. Confira abaixo:
“Estimados amigos do setor dos brinquedos,
A ABRIN - FEIRA INTERNACIONAL DE BRINQUEDOS, está chegando, e começa animada no domingo 3 de março às 10hs e fecha às 20 horas. [A feira] vai até 4ª feira, 6 de março de 2024 (neste dia encerra 18hs).
Perto de 15.000 compradores deverão nos visitar e a preparação para o Dia das Crianças é fundamental. Vamos dar um show de animação, tecnologia, lançamentos e reforçar as pontes entre os atores deste maravilhoso mundo do brinquedo, tão importante na vida das crianças.
Para valorizar ainda mais a data de 12 de outubro, vamos este ano colocar no ar e nas mídias sociais e digitais, uma campanha de estímulo e animação. Lembro que o 12 de outubro, Dia das Crianças é nosso, só nosso.
Em breve você saberá como será a campanha e, compradores e expositores devem dar o melhor de sí neste momento tão relevante que é a ABRIN 2024.
Este ano completamos 40 anos de ABRIN, e não é todo dia, nem todos os setores que conseguem um feito destes e nós do brinquedo conseguimos, o que é motivo de orgulho.
Assim, temos muitas razões para aumentarmos as vendas e conectarmos nossos lojistas.
Agora cada um tem seu papel.
Faça o seu. ENCANTE!!", disse o presidente da ABRINQ.
E nesta toada do grande acontecimento do ano do brinquedo no Brasil, a revista Brincar, através do seu diretor de Redação, Eduardo Santos, conversou com ele, sobre este momento tão especial do setor.
Revista Brincar: Motivo de orgulho para todo mercado brinquedeiro, o que podemos esperar da feira Abrin, que completa a 40ª Edição em 2014?
Synésio B. da Costa - Abrinq: Nós esperamos, depois de completar 40 anos de feira, a feira de 2024, uma espécie de continuidade do resgate pós-pandemia. O número de lançamentos vai superar 1.200 lançamentos, todo mundo trancado a sete chaves, novas tendências de mercado do brinquedo, de cores, todas incorporadas e muita, muita novidade. O humor, o clima, a animação das pessoas, a todo mundo precisando de uma injeção de ânimo, é o que a 40ª Abrin vai fazer na vida das pessoas.
Revista Brincar: Agora falando do ano passado, tivemos um período desafiador para o brinquedo, não só no Brasil, como também no exterior, onde segundo dados da Circana, teve uma queda global em torno de 7%. No Brasil, a mesma consultoria apontou um volume menor de ‘dois dígitos’. O senhor pode apontar os principais motivos para essa retração?
Synésio B. da Costa - Abrinq: Olha, eu não sei como é que essa empresa funciona, eu não vou debater isso aqui. A Abrinq que está fazendo o levantamento dela anual, empresa por empresa, e no ano passado a gente não teve queda, ficamos num número bem pequenininho. Esse ano a expectativa é de crescer mesmo, não tem conversa. As razões que fazem, por exemplo, na França, o mercado francês cresceu 28% do uso de brinquedo de segunda mão, então hoje o brinquedo de segunda mão na França já representa entre 5% e 7%, a gente não tem isso no Brasil. Os americanos, os europeus e os japoneses tiveram inúmeras outras razões para fazer com que o mercado caísse. Depois tem a questão de filmes, lançamentos, licenciamentos, essa coisa. Tudo é muito complexa e confusa, mas o fato é que o consumidor é tão abordado, ele é tão atacado por novidades de tudo quanto é natureza e tipo, que efetivamente o setor de brinquedos enfrenta concorrência com outros produtos que são obrigação da família e não presente para a criança. Então nós somos muito animados, o mercado de brinquedos em 2024 vai continuar crescendo e é assim que vai ser, amigo.
Revista Brincar: Falando da economia brasileira, que já no ano passado com a queda da inflação e dos juros básicos, já dava sinais de maior estabilidade. O que se pode esperar para 2024?
Synésio B. da Costa - Abrinq: A economia brasileira, ela está andando em círculos, você tem a indústria que representa 11% do PIB, mas paga 39% dos tributos, há uma briga muito complexa. Muitas fábricas fechando, muitos produtos se tornando inviáveis, eu não sei se o Brasil vai ser sustentado pelo agro [negócio] na hora que tiver que importar ter água para beber, mas de qualquer maneira, é verdade que há uma tendência da taxa de juros continuar caindo, o governo fez uma política industrial que dá seis missões, ou seja, seis caminhos para a economia brasileira crescer e se tornar bastante tecnológica e desenvolvida, mas as fábricas precisam de dinheiro emprestado para poder comprar máquinas e se modernizar também, e isso não está previsto lá, com a clareza necessária, mas o BNDES está trabalhando nisso. A inovação, a renovação de marcas e equipamentos é uma tradição e é necessária na indústria de brinquedos porque nós somos uma indústria iminentemente de novidade e inovação.
Revista Brincar: Sobre o ano de 2024 para o mercado de brinquedos, o senhor acaba de fazer um apelo (leia acima) aos expositores da Abrin que se empenhem em se aproximar dos lojistas. Somente essa aproximação será suficiente para recuperação do bom desempenho do passado, ou vai ser preciso outras ações ainda mais contundentes?
Synésio B. da Costa - Abrinq: O estímulo, o que precisa mesmo é porque com o tapa na cara que nós levamos da Lojas Americanas, que já está se consolidando e se arrumando, fez com que na feira de 2023 mais de 3 mil CNPJs novos, que nunca tinham ido à feira, fossem visitar a feira. Quer dizer que tem mercado de varejo para muito mais varejistas de brinquedos Brasil afora do que a gente já tem hoje. O modelo de lojas físicas enfrenta dificuldades, mas que saberá resolvê-las e o nosso papel é ficar perto, construir pontes, é isso que a gente está estimulando as pessoas a fazerem.
Revista Brincar: O senhor mencionou também sobre uma nova ‘campanha’ para o mercado. Já pode nos adiantar alguma coisa sobre essa ação da Abrinq?
Synésio B. da Costa - Abrinq: A campanha de valorização do Dia da Criança ou ressignificação do Dia da Criança para 2024 vai sair. Nós estamos trabalhando na construção dela e, sim, pode dar notícia de que a gente vai lembrar pais e familiares e as crianças que o Dia da Criança é o 12 de outubro e que, portanto, naquela data é brinquedo. Brinquedo e brinquedo, porque o brinquedo para nós tem o mesmo valor do que o alimento para a criança. O brinquedo é o alimento da diversão, do entretenimento, da fantasia, do bem-estar e da alegria da criança brasileira.

©/Reprodução

Selinhos da nova campanha de valorização do brinquedo no Dia das Crianças, que será lançada pela ABRINQ.