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Synésio Batista da Costa fala sobre a conjuntura e analisa do mercado de brinquedos que se prepara para as vendas do Dia das Crianças

 


© Eduardo Santos
O presidente da ABRINQ Synésio Batista da Costa

De acordo com a estatística anual da ABRINQ – Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos, a sazonalidade das vendas ao longo de 2019 permaneceu semelhante aos anos anteriores, concentradas em mais de 57% nos meses de julho, agosto, setembro, outubro e novembro, para abastecer as lojas no Dia das Crianças e Natal e este ano, apesar da anormalidade por conta da pandemia do novo coronavírus, não vai ser diferente.

Cerca de 52% da produção é feita no Brasil e 48% vêm do exterior (destes, 82,4% são provenientes da China). De início, por conta da contaminação do coronavírus a partir da China, a ABRINQ enxergava uma oportunidade para as fábricas nacionais atenderem a eventual demanda, isto também devido à alta do dólar, que disparou nos últimos meses chegando a um patamar nunca visto na recente história do real: R$ 5,60.

Como a situação da pandemia se agravou (e muito) por aqui e novas perspectivas surgiram diante de um cenário de incertezas. Para falar desse e de outros assuntos do momento, o diretor de Redação da Revista Brincar Eduardo Santos entrevistou Synésio Batista da Costa, presidente da ABRINQ, que garantiu que a indústria brasileira de brinquedos está se preparando para abastecer — e bem — as lojas para as datas mais importantes para o mercado, o próprio Dia da Crianças e o Natal. Confira:

Revista Brincar: O faturamento da indústria brasileira de brinquedos fechou o ano de 2019 em R$ 7,3 bilhões, um crescimento de pouco mais de 6% sobre o ano anterior e antes da pandemia de coronavírus, segundo a Abrinq, o setor previa repetir neste ano (2020) o mesmo crescimento registrado no ano passado, isto é, de 6%. Isto ainda será possível, analisando a situação do país 70 dias após o início da quarentena?

Synésio B. Costa: Ainda não revisamos o dado, porque a produção está a todo vapor e os sinais emitidos pelos importadores dão conta de sensível redução nos volumes importados. Por outro lado, diariamente entram novos pedidos e, nossa expectativa é de que 2020 será o ano da indústria nacional.

Revista Brincar: O Sr. (Synésio) foi encarregado pelos seus pares do grupo Coalizão Brasil a relatar em Brasília, primeiro para o presidente Bolsonaro e equipe, de depois, na empreitada que a comitiva fez até o Superior Tribunal Federal (STF), sobre o risco de “morte” dos CNPJ das empresas brasileiras neste momento de crise. Falando das indústrias de brinquedos, já houve o fechamento de alguma empresa do nosso setor em decorrência da Covid-19?

Synésio B. Costa: Falamos da morte de CNPJs, como um fator de complicação à retomada e à recuperação dos milhões de empregos formais que o Brasil já perdeu e que vai perder ainda mais no momento da retomada. Em brinquedos, diferente do comércio, fechamentos ainda não ocorreram devido aos motivos elencados acima.

Revista Brincar: Agora vamos analisar o comércio de brinquedos onde muitas indústrias acabaram ativando os canais de compra on-line diretamente para o consumidor, para minimizar as perdas neste período. O Sr. (Synésio) acredita que isto seja uma saída para a indústria?

Synésio B. Costa: Não, quem tem que comandar o e-commerce são as plataformas especializadas e o varejo. A indústria usa para raros casos especiais, sem concorrer absolutamente com os especializados nesta modalidade.

Revista Brincar: Com relação aos negócios para o Dia das Crianças, haverá tempo hábil para a indústria suprir o mercado de brinquedos, ou corre-se o risco de desabastecimento?

Synésio B. Costa: Desde 23 de março, quando explodiu o coronavirus e os primeiros passos do isolamento social e distanciamento, com o fechamento das lojas, a indústria não parou. Estamos nos preparando para a semana da criança, com inovação (lançadas na Abrin 2020) e produção-estoques, em pleno vigor.

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